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sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Igreja Católica e o aborto



Você sabia que, ao contrário do que pensamos, a Igreja Católica nem sempre condenou o aborto? A interrupção da gravidez só se tornou pecado em 1869, por causa de um acordo entre o papa Pio 9º e o imperador francês Napoleão 3º.
E isso aconteceu porque a França passava por uma crise de baixa natalidade que incomodava os planos de industrialização do governante. Então, motivado por questões políticas, o papa disse para a população que a partir daquele momento o aborto – em qualquer fase da gravidez– era pecado.
Até aquele ano, a Igreja oscilava entre condenar ou admitir o aborto em certas fases da gravidez de acordo com o contexto histórico. No entanto, a discussão sobre qual é o momento em que o feto pode ser considerado um ser humano sempre existiu. Santo Agostinho, por exemplo, defendia no século 4 que só 40 dias após a fecundação o embrião se tornava uma pessoa.

(via SuperInteressante)

Realmente, super interessante ler isso, não acham? Mais um dogma importante da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) que foi baseado apenas em politicagem.

Interessante também é imaginar como seria o catolicismo hoje se os padres pudessem se casar (Igreja Católica Apostólica Brasileira... já ouviram falar?), se o aborto fosse permitido, se não adorassem santos - ou se pelo menos os santos fossem santos mesmo, tirando todos os que foram canonizados por atos políticos...

Imaginar uma Igreja menos dogmática, menos misteriosa e mais humanitária, mais atualizada é um exercício bastante difícil. Quantos das suas tradições tem suas origens em costumes de milhares de anos atrás? Fica até difícil conseguir separar o que de fato é tangível do que é suposto.

O fato é: ao longo da história, a Igreja utilizou de meios nada politicamente corretos para efeitos de dominação e controle. Há 500, 800 anos atrás esse tipo de prática era uma coisa. Hoje em dia é um absurdo completo. Exemplo?

Voltemos 2 anos atrás. 04 de março de 2009. Uma garotinha de 9 anos havia sido estuprada e teria engravidado do seu padrasto. De gêmeos. Com a autorização da mãe e o consentimento da criança, o Dr. Sérgio Cabral, diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM) em Recife, executou o procedimento de abortar a gestação dos fetos.


Vejam a declaração do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho:

“A menina engravidou de maneira totalmente injusta, mas devemos salvar vidas”

Salvar vidas? As dos bebês e destruir a do restante da família? Pois Dom José foi mais além e excomungou o médico responsável pelo aborto na menina. 

"Ao justificar sua ação, dom José Cardoso Sobrinho disse que, aos olhos da Igreja, o aborto foi um crime e que a lei dos homens não está acima das leis de Deus."

COMO ASSIM a lei dos homens não está acima das leis de Deus? Vamos fazer um rápido estudo bíblico?

"Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá."
Deuteronômio, 18;20.



"Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao SENHOR; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá."Êxodo, 35;2.

"Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles. E, quando um homem tomar uma mulher e a sua mãe, maldade é; a ele e a elas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós."
Levítico, 20;13-14.

Está na Bíblia! Nesse caso, tanto a criança de 9 anos, quanto a mãe quanto o seu companheiro que abusou da criança deveriam MORRER. É essa a Lei que o Dom José Cardoso Sobrinho queria que se aplicasse, já que é a Lei de Deus? Além disso, também coloquei o versículo anterior (13), que diz claramente que todo gay deve ser morto. Repito: todo gay deve ser morto. Você leu direito a citação? Abra sua Bíblia em Levítico 20;13.

Dom José Cardoso Sobrinho


Mas voltando ao caso da gravidez/aborto, vejam o que disse a Direção do CISAM:

"Se a gravidez continuasse, o dano seria pior. O risco existiria até de morte ou de uma sequela definitiva de não poder mais engravidar”

Dom José Cardoso Sobrinho continuou com sua verborragia:

“Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade. A Igreja, então, é muito benévola, quer dizer, sobretudo, com os menores. Agora os adultos, quem aprovou, quem realizou esse aborto, incorreu na excomunhão. A Igreja não costuma comunicar isso. Agora, a gente espera que essa pessoa, em momentos de reflexão, não espere a hora da morte para se arrepender”.

É... a Igreja é muito benévola. Que o diga os milhares de inocentes mortos pelas Cruzadas e os cientistas da Idade Média que discordavam das posturas cômicas eclesiásticas.






Fontes de pesquisa:
Revista SuperInteressante
www.globo.com
pt.wikipedia.org




2 comentários:

  1. A Começar do seguinte: Religião não foi Deus quem Criou, tão logo de nada vale seus dogmas a não ser do simples fato de afastar pessoas do vicio e de outras fraquesas por acreditarem em suas "próprias leis"( Da Igreja) e jamais "leis de Deus".
    Em segundo lugar " A Igreja é o ópio do povo".
    Sem mais.

    Mais Deus, Menos Religião.
    Agora uma opinião com palavras do meu coração:

    Deus eu te amo. Religião, vão se foder todas voces e seus padres filhos de uma puta comedores de crianças e viados e seus pastores safados corruptos que fazem da Religião um GRANDE NEGÓCIO.

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  2. Mais Deus e menos religião... é isso que o povo precisa.

    Sair dos costumes arcaicos é necessário, o mundo não aguenta mais as intolerâncias religiosas e as disputas que se estendem há milhares de anos.

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